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Dramas de Primeiro Mundo

Dramas de Primeiro Mundo

05.Jul.15

Balanço

Diana M.

Para mim, o ano acaba duas vezes: a 31 de Dezembro e em Julho, o fim do ano académico. E tenho um balanço a fazer.

 

Depois de incertezas, de obstáculos e de alguns desafios, em Setembro do ano passado lá me matriculei no primeiro ano do doutoramento. Meio a medo, porque no doutoramento o nível de exigência é muito maior, lá me aventurei neste percurso. Que começou mal.

 

Primeiro: perderam a minha candidatura. E quando eu devia estar a matricular-me andava ainda a pressionar o pessoal dos serviços académicos para resolverem a minha situação, para começar as aulas em paz e sossegada. Este processo demorou praticamente duas semanas, com ajuda da minha orientadora e da professora directora dos doutoramentos, que lá encontraram a minha candidatura e me permitiram matricular. Mas não sem antes eu andar quase à chapada com as senhoras da secretaria e a ameaçar com o livro de reclamações. Só com essa ameaça é que me resolveram definitivamente o problema, o que é lamentável...

 

E como confrontos é sair da minha zona de conforto, a seguir a esta confusão toda cai-me um mega ataque de ansiedade e de pânico, como eu não tinha há anos. Anos! Tal foi o stress... Por isso, o início do ano não foi auspicioso. As coisas sucediam-se umas a seguir às outras e eu "ai meu deus que não m'aguento", "e se me dá outro ataque de ansiedade?!", "e porque é que me meti nisto???" Mas para isso é que fiz psicoterapia e cursos de reiki, para me ajudarem a ter ferramentas para saber como agir nestas situações. E quando tudo falha, tenho uns comprimidos milagrosos.

 

Mas apesar deste início algo turbulento e meio a medo, chego ao final do ano académico a pensar que foi um ano de sucesso e de conquistas. Nos momentos cruciais e importantes pensamos em tudo aquilo que pode correr mal, se estamos a fazer a coisa certa, e até nos questionamos "porque raio é que me meti nisto?!". Mas quando estamos a fazer algo de que gostamos, por mais adversidades que passemos, arranjamos maneira de a azer e as coisas acabam por correr bem. E sentimo-nos orgulhosos, satisfeitos, e com a sensação de missão cumprida.

 

Apesar de toda a minha ansiedade, apesar de haver momentos em que parecia que não ia aguentar, aqui fica o balanço: dois trabalhos entregues, duas apresentações orais em aulas, duas conferências (uma das quais em que só tive 3 semanas para me preparar), dois artigos submetidos para revistas académicas, uma apresentação do meu projecto perante professores e alunos do mestrado e doutoramento na área em que estou. Para além disso, passei a ser membro num projecto de investigação onde várias coisas vão acontecer.

 

É ou não é motivo para estar orgulhosa de mim mesma e satisfeita?! Não vou fazer perspectivas para o próximo ano lectivo porque não sei o que vai acontecer (embora já tenha algumas coisas planeadas e que serão certas), e porque a vida mete-se no meio dos nossos planos. É ir ao sabor da maré, com objectivos delineados. O caminho nunca se sabe, normalmente planeamos ir pela auto-estrada e depois acabamos em estradas secundárias e, às vezes, caminhos de cabras. Mas desde que nos mantenhamos firmes sobre o sítio onde queremos chegar, isso é que é importante.

 

Por isso, vejo o ano que passou como um ano de conquistas, em que alcancei estas pequenas vitórias, em que provei a mim mesma que consigo fazer aquilo que às vezes penso que não vou conseguir, em que ultrapassei medos e dúvidas. Venha o próximo! 

 

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