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Dramas de Primeiro Mundo

Dramas de Primeiro Mundo

28.Mai.18

Eu e o exercício físico

Diana M.

Ora... A bem dizer, a minha relação com o exercício físico é inexistente. Praticamente desde que acabei o secundário que nunca mais pratiquei nenhum tipo de exercício físico. Motivo? Preguiça. Não tenho mesmo outra desculpa, é preguiça. Acho que na escola me senti sempre um pouco desajeitada. Nunca fui boa a educação física, havia coisas das quais eu não gostava ou não conseguia fazer, por isso era sempre algo que me causava ansiedade. Ainda fiz atletismo dos 10 aos 12, não era nada de especial, mas depois o professor mudou e eu não gostava dele, por isso desisti. Também me interessei pelo volley no secundário, cheguei a inscrever-me na equipa da minha escola, mas fui acabei por sair de lá porque as notas começaram a baixar e isso não podia ser. Depois disso nunca mais me interessei por nada.

 

No entanto, reconheço a importância do exercício físico e já há algum tempo que queria fazer alguma coisa. Não porque queira perder peso, não é essa a minha preocupação, mas porque tenho uma vida demasiado sedentária (como a maioria das pessoas), tenho alguns problemas na coluna e queria manter-me em forma. Durante a semana passada tive uma crise de ciática em que só me apetecia mandar-me para o chão com tantas dores que tinha. Em conversa com uma amiga que faz hidroginástica, ela disse-me (tal como o meu ortopedista, portanto para mim não era nada de novo) que devia experimentar hidroginástica. Aquilo ficou-me na cabeça mais tempo do que ficou das outras vezes todas em que pensei em inscrever-me em alguma coisa. Por isso, resolvi que me vou inscrever. Quero ver se começo já em junho, mas ainda tenho de comprar aquilo que preciso. Quero fazer hidroginástica, mas a modalidade de inscrição que vou fazer permite-me, também, experimentar qualquer outra aula em qualquer horário e a qualquer dia da semana. Por isso, fico com oportunidade de experimentar yoga ou pilates, que são aquelas que tenho mais curiosidade, se me apetecer.

 

Acho que o exercício físico, seja ele qual for, é importante - não só para o corpo, mas também para a mente. Por isso, vamos a ver como corre esta nova experiência. Espero conseguir manter-me motivada, lutar contra a preguiça e ir todas as semanas.

21.Mai.18

O direito a termos dias maus

Diana M.

Todos temos dias menos bons. Todos temos problemas e situações com as quais não sabemos ou não queremos lidar. Todos nos sentimos sozinhos. Chateados. Irritados. Enfurecidos. Tristes. Com vontade de partir a mobília toda e mandar tudo ao ar. Ou com vontade de ficar a vegetar no sofá ou na cama o fim-de-semana todo. E os outros dias todos da semana também. Há dias em que não conseguimos fazer nada, em que a cabeça nos pesa e o barulho de todas as nossas dúvidas, inseguranças e medos é ensurdecedor. De tal forma que não conseguimos sequer seguir a porcaria de um diálogo na televisão. Ou na vida real. Para alguém que sofre de ansiedade e de tudo o que lhe vem associado, esses dias são mais que muitos.

 

Por isso mesmo venho dizer-vos: deixem-se sentir assim. Têm direito a sentir-se assim. Têm os vossos motivos, a vossa história, os vossos "triggers". Embora a sociedade nos bombardeie constantemente com imagens de que temos todos de nos sentir bem, e com 1001 ideias de como podemos ser mais felizes, pessoas mais calmas, mais confiantes, às vezes nada funciona. E sentimo-nos ainda pior, porque aqueles truques tão bem explicados e com imagens tão bonitas na internet não funcionam connosco. E está tudo bem na mesma. Não são piores pessoas por isso. São humanos e têm sentimentos - o que é bom. Se não tivessem é que seria pior...

 

Por isso, permitam-se a vocês mesmos chorarem, gritarem, estarem irritados com o mundo, recolherem-se e deixar isso passar. Porque às vezes é só isso que é preciso: tempo para deixar isso passar. Falem com alguém que realmente vos ouça, que vocês sabem que vos vai fazer sentir melhor. Às vezes é difícil, mas falar com alguém que não nos julgue pode ser exactamente aquilo que precisamos. E as pessoas não adivinham que estão assim, por isso digam-lhes. 

 

Pode parecer que estão sozinhos e que são os únicos a sentirem-se assim, ou a passar por aquele problema. Mas não são. Falem disso. Permitam que os outros vos ajudem, porque às vezes os outros só estão à espera dessa oportunidade também. E quanto menos falarem, mais o monstro cresce e mais poder vocês lhe dão. Desabafar ajuda a matá-lo. 

 

Por isso, se se sentirem mais desanimados, cansados, tristes, injustiçados, sozinhos, têm todo o direito a sentir-se assim, porque é a vossa história. Não evitem nem neguem esses vossos estados, sentimentos, carências. E falem deles com alguém em quem confiem. Não há nada de mal em sentirem-se assim. Merecem todo o amor, compreensão, apoio e colo de que precisam.

18.Mai.18

O que ando a ler

Diana M.

Estes dois meses que passaram foram bastante caóticos. Muita coisa a acontecer, muito pouco tempo livre que, normalmente, era passado a dormir ou a fazer coisas que exigiam menor esforço mental da minha parte, que é como quem diz a ver séries e alguns filmes. A leitura ficou, por isso, de lado. Mesmo levando um livro comigo para todo o lado sempre que saía de casa, era-me impossível ler de tão cansada que andava. No entanto, a loucura parece ter abrandado, provavelmente ficará tudo mais calmo agora que se avizinha o fim do ano académico e poderei respirar um pouco, mesmo sabendo que tenho uma tese para escrever.

 

Decidi, então, voltar às leituras porque é algo de que realmente sinto falta. E é isto que anda comigo.

 

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Comecei a ler o We Have Always Lived in the Castle, da Shirley Jackson há mais de um mês. Mas no meio de toda esta loucura parei e quero retomá-lo porque estava a gostar muito. Depois comprei o The F Word, da Lily Pebbles, uma blogger/youtuber inglesa que sigo há bastante tempo e que nos fala de amizades no feminino. Já li as primeiras páginas e acho que me vai saber bem ir intercalando entre os dois livros, sendo que este último não é de ficção. Gostava de acabar o mês de Maio com, pelo menos, um deles lido, até porque não são livros muito extensos e são fáceis de ler. Mas como já desisti de fazer planos destes, vamos ver o que a vida me reserva!

 

E vocês, que andam a ler? Já leram algum destes livros?

 

12.Mai.18

Regras básicas para andar em transportes públicos (para os que ainda não as conhecem. Comassim não as conhecem??)

Diana M.

Há anos que ando de transportes públicos. Metro de Lisboa e a linha de Sintra da CP são a minha forma de me deslocar todos os dias. E, tal como eu, há centenas, milhares de pessoas que fazem o mesmo. Há mais tempo que eu, inclusive. Mas parece que continua a haver pessoas que não fazem a mínima ideia das regras básicas em andar de transportes públicos e que, por isso, me fizeram ganhar uma nervosite aguda e irritação crónica quando algumas coisas acontecem. E não é só dentro dos transportes públicos em si! Ora vamos lá ver se esclarecemos algumas coisas.

 

  1. Deixar sair antes de entrar. Olhem, o que me enervo com esta!!! Mas custa alguma coisa deixarem as pessoas saírem da carruagem para depois entrarem? Pessoas: está tudo com pressa, estamos todos atrasados ou em cima da hora para irmos onde quer que seja que tenhamos de ir e queremos ir todos sentados. Mas, spoiler alert, esta última parte é praticamente impossível em horas de ponta. Por isso, tenham lá calma com os cavalos, sejam civilizados e comportem-se como pessoas e não se atropelem à entrada de uma carruagem de comboio ou metro. Não vale a pena. Só vamos ficar todos mais irritados.
  2. As pessoas que vão em pé na carruagem não são postes para vocês se apoiarem. As vezes que isto já me aconteceu. E a vontade de rir quando me desvio da pessoa e ela quase cai. A sério, é hilariante. Até ela olhar para nós, pedir desculpa e voltar a fazer o mesmo. A sério? A SÉRIO?? Há gente que, claramente, não tem o mínimo de senso comum. Não se apoiem nas pessoas, por favor.
  3. Ocupem os corredores. Dito assim até parece uma coisa revolucionária, mas não. O que eu quero dizer é: nós já somos tantos, não vamos ter lugar sentado, deixem-se lá de ficar ao pé das portas para saírem a correr (que não vão conseguir, vide regra número um), e entrem para dentro do comboio. Sim, há espaço nos corredores, sabiam? Não precisam ficar todos enchouriçados à entrada!
  4. Escadas rolantes: circulem do lado esquerdo, permaneçam parados do lado direito. Há espaço para todos: se querem ir acelerados e a descer as escadas rolantes a correr, muito bem: façam-no do lado esquerdo. Querem ir sossegados a pensar na vida, permaneçam do lado direito. Tão simples quanto isto. E as vezes que eu já perdi comboios porque há pessoas que ainda não perceberam este sistema e ficam que nem monos do lado esquerdo das escadas! E quando pedimos licença para passar, ainda ficam ofendidas. Não percebo, porque quem vai ficar com o dia estragado sou eu, não é a outra pessoa. E quando andamos a fazer zigue-zague? Eu percebo que temos todos uma vida demasiado sedentária, mas, por favor, eu só quero chegar a casa! Ou só quero chegar ao trabalho porque vou atrasada!
  5. Ouçam música à vontade. Mas para vocês próprios. Já pensei em andar com uns fones suplentes dentro da mala para oferecer aos desgraçados que ainda continuam a ouvir música nos telemóveis com o som no máximo para toda a carruagem ouvir. Coitados, se calhar não têm dinheiro para os comprar e era um favor que lhes fazia. E às pessoas que têm que levar com música alheia também.

 

Por enquanto, foi disto que me lembrei e são estas as coisas que mais me irritam. Não me quero armar em polícia dos transportes públicos, mas eu já acordo de mal com o mundo, por norma já não gosto muito de pessoas, ter que levar logo com isto tanto de manhã, como à tarde em que venho cansada, é dose! Sei que deve haver pessoas que sofrem como eu deste flagelo, por isso manifestem-se. Isto de andar de transportes públicos tem que se lhe diga!