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Dramas de Primeiro Mundo

Dramas de Primeiro Mundo

28.Jun.18

As férias são coisas relativas

Diana M.

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 (daqui)

 

Triste, mas verdade. É nas férias e em alturas de menor volume de trabalho que consigo meter as mãos na massa e trabalhar para a tese - essa coisa que se adora, que se odeia, mas que já não se consegue viver sem ela. Por isso, as férias são um conceito relativo para mim e para a a maioria das pessoas que se metem nestas coisas. Tiro férias do trabalho para me meter noutros trabalhos. Como diria esse grande sábio Tony Carreira, esta é "a vida que eu escolhi". Ainda assim, reservo-me o direito de reclamar e barafustar. Mais alguém desse lado com este drama?

25.Jun.18

Transtorno de Ansiedade Generalizada - com vídeo

Diana M.

Já várias vezes disse aqui que tenho Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), mas também tenho transtorno ou síndrome do pânico e ansiedade social. Já tive uma depressão, na época da adolescência/passagem para a idade adulta, mas neste momento tenho "apenas" alguns episódios depressivos relacionados com a ansiedade. E, pela primeira vez, encontrei um vídeo em português que explica tão bem o que é ter estas coisas todas! Por isso, decidi partilhar convosco. Porque se o vídeo ajudar sequer uma pessoa a perceber que também tem; ou ajudar alguém a reconhecer que conhece alguém que tem estes sintomas e pode ajudar; ou até para que possam ver que quem tem um transtorno de ansiedade não é preguiçoso, não tem mau feitio, nem manias, já valeu a pena!

 

Aqui fica o vídeo:

 

 

14.Jun.18

A minha rotina de pele

Diana M.

Ora, andava eu a ver vídeos e a ler posts e a fazer uma espécie de wishlist mental de coisas que eu gostava de comprar, quando me lembrei que podia partilhar convosco aquilo que é, actualmente, a minha rotina de cuidados de pele. Sinto que lhe podia adicionar alguns produtos melhores, mas por enquanto é o que a minha carteira me permite e, até agora, a minha pele não se tem queixado.

Mas como é que eu sei o que usar? Bom, primeiro há que perceber as necessidades da nossa pele e o tipo da nossa pele. Como já vem sendo hábito, não posso deixar de recomendar o blog da Ana, The Skin Game, que tem vários posts elucidativos sobre este tema, sobre onde começar na compra de produtos, ondem devem apostar mais... Ficam muito bem servidas e é por lá que me oriento também. Para além do blog dela, costumo seguir a Caroline Hirons, embora por vezes os produtos que ela menciona, das duas uma: ou são muito caros, ou não os consigo adquirir cá. Mas vai dando dicas sobre em que ingredientes devemos apostar, em que tipo de produtos, como perceber quais são as necessidades da nossa pele, e tem várias listas de dicas que podem consultar, as chamadas "Cheat Sheets". Como vou tentando estar atenta aos produtos que vão saindo e a bloggers em cujas opiniões confio, aqui ficam mais duas: Coquette à Portuguesa, A Pele que Habito.

 

Bom, e agora vamos à minha rotina! Atenção: Não sou nenhuma especialista em dermocosmética. O que aqui venho partilhar é baseado na minha experiência pessoal e no que vou lendo sobre os produtos em si quando faço pesquisa para mim mesma. Dividi isto em três partes: manhã, noite, e cuidados extra.

 

MANHÃ

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De manhã o que eu mais quero é ficar mais tempo na cama. Por isso, a rotina tem de ser simples e rápida! Por ordem de aplicação, uso:

Água Micelar Hydrabio da Bioderma - É uma água micelar formulada para peles mais secas ou desidratadas e dou-me muito bem com ela. Costumava usar a Sensibio, mas prefiro esta porque a minha pele tem tendência a desidratar, apesar de ser mista, e notei algumas diferenças na minha pele. Uso-a para limpar o rosto logo de manhã e enxaguo com água.

Sérum C-Vit Lipossomal da Sesderma - Depois da pele limpa uso este sérum de vitamina C. O que é que ele faz? Ajuda a prevenir o envelhecimento, ou seja, sinais como rugas e manchas na pele, para além de dar luminosidade à pele.

Creme de Olhos da linha Nutriganics, da The Body Shop - Porque tenho a pele dessa zona mais seca e mais delicada, e noto que fico com muito melhor aspecto depois de usar este creme! 

Creme Hidratante Kerium DS da La Roche Posay - Como tenho dermatite seborreica, este é o creme hidratante que uso no dia-a-dia. Mantém a minha pele hidratada, controla a oleosidade, fico com a pele sem descamar, sem comichões nem irritações e confortável durante todo o dia.

 

NOITE

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Bálsamo Desmaquilhante de Camomila da The Body Shop - Se me tiver maquilhado, este é o primeiro produto que uso para retirar toda a maquilhagem. Se não estiver maquilhada, salto este passo. Sou fã deste bálsamo, já não quero outra coisa para me desmaquilhar e a maquilhagem sai toda, dilui-se no rosto, sem deixar a pele irritada ou repuxada.

Bioderma Sensibio Gel - Este produto utilizo para limpar o rosto, mesmo que me tenha desmaquilhado com o produto anterior. Aplico sobre a pele molhada e o gel transforma-se numa espécie de mousse que limpa o rosto de toda a sujidade do dia.

Pixi Glow Tonic - A seguir uso este tónico esfoliante que tem 5% de ácido glicólico. O que é que isto significa? Significa que este tónico ajuda na remoção das células mortas, na renovação celular da pele, deixa a pele mais uniformizada e luminosa. Noto que as minhas borbulhas diminuíram e que melhorou a textura e aparência da minha pele. Comprei num formato travel size para experimentar, mas sei que vou comprar o de tamanho normal, porque adoro!

Sérum Hydrabio da Bioderma - Depois da limpeza, uso um sérum hidratante. Apesar de ter uma pele mista e de ter dermatite seborreica, a minha pele tem a tendência para desidratar. Por isso, acho que à noite é o sérum ideal para usar, para ajudar a minha pele a recuperar de todas as agressões que sofreu durante o dia. Gosto muito de o usar porque ajuda a reter a hidratação da pele e absorve melhor o produto que eu puser a seguir. Se a minha pele estiver mesmo a precisar, também o uso de manhã, especialmente no inverno.

Intensely Revitalising Facial Oil da linha Oils of Life da The Body Shop - No fim disto tudo, uso um óleo facial. "Comassim tens a pele mista e usas um óleo na cara?!" Sim, uso e não há problema nenhum. Não fico com a pele oleosa só porque o produto é um óleo. Neste caso, o óleo nutre a pele, hidrata, acalma e deixa-a macia. Acordo no dia a seguir com aspecto de pele saudável que está pronta para mais um dia e noto que também ajuda a reduzir as borbulhas.

 

EXTRAS

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Para alturas em que a minha pele pede mais qualquer coisa, tenho duas máscaras que uso. O protector solar não é bem um extra porque, apesar de andar sempre enfiada em transportes e trabalhar numas catacumbas em que praticamente não há sol, eu uso protector solar! Bom, mas vamos por partes.

Himalayan Charcoal Purifying Glow Mask da The Body Shop - Esta é uma máscara purificante com vários ingredientes que limpa, purifica, absorve o excesso de óleo e, por isso, ajuda a manter uma pele mais luminosa, limpa, livre de borbulhas sem qualquer sensação de pele repuxada. Não sinto que tire hidratação à pele, porque o meu rosto fica super confortável mesmo depois de a usar, e fico, de facto, com a pele limpa. Foi uma sugestão de uma das vendedoras da marca e não estou arrependida, gosto muito de a usar. Não uso com nenhuma periodicidade específica, vou estando atenta à minha pele e consigo perceber quando ela precisa deste extra.

British Rose Fresh Plumping Mask da The Body Shop - Costumo usar esta máscara a seguir à anterior. Esta deve ser óptima especialmente agora para o verão, para aquelas noites a seguir à praia, porque a textura dela parece uma geleia que refresca o rosto ao mesmo tempo que hidrata e acalma a pele. Eu tenho a pele sensível e não tive nenhuma reacção no uso de nenhuma das máscaras. Adoro-as!

Protector Solar Isdin Fusion Fluid SPF50 - Eu sou branquela até dizer chega, com sardas e cheia de sinais. Se há coisa que eu tenho de usar é protector solar. Mas tenho uma confissão a fazer: não uso durante o ano todo. Eu sei, shame on me... Mas, de facto, eu não estou exposta ao sol no meu dia-a-dia, a não ser os 5 minutos que vou de casa até à estação e os 5 minutos do metro até ao trabalho. E eu até tenho a Vitamina D muito em baixo, preciso de apanhar uns raios de sol em horas que são seguras! No verão o caso muda de figura, porque bastam-me 10 ou 15 minutos ao sol numa esplanada ou no caminho até algum lado ou na fila à espera de entrar num restaurante para ficar com o rosto parecido com um tomate. Por vezes até decido ir a pé para o trabalho, quando chego a Lisboa, e nesses dias sim, uso protector. Factor 50, que não se brinca com isto. Já experimentei muitos protectores solares, mas acho que acertei em cheio com este, porque absorve rapidamente e não fico com a cara oleosa depois de o colocar. Gosto muito e só recomendo! Até a minha mãe já o comprou.

 

E depois deste post longuíssimo, pergunto: querem ver mais posts destes? Gostam? Qual é o vosso feedback? Digam de vossa justiça 

06.Jun.18

Ansiedade: A Ressaca

Diana M.

Não, não é mais um filme da saga "A Ressaca". Hoje venho falar-vos de outro tipo de ressaca.

 

Venho falar sobre as horas, os dias após um ataque de ansiedade, porque acho que não é um assunto muito falado. Há bons post sobre transtornos de ansiedade e pânico, há bons sites que falam e explicam bem o assunto (bem como outro tipo de doenças mentais), mas pouco se fala naquilo que se sente depois disso passar.

Como já falei aqui, eu tenho uma coisa chamada Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) com outras coisas à mistura que têm a ver com a minha história e as minhas experiências.
Os últimos dias têm sido vividos com a ansiedade mais elevada do que o normal (sim, porque eu tenho ansiedade todos os dias) e ontem a coisa intensificou-se. E veio tudo aquilo que eu estava à espera: o choro compulsivo, o não me conseguir mexer e ficar em posição fetal no sofá, o sentimento de que o meu mundo ia acabar, enfim... Nada de novo para mim. Fiz o que já sei que devo fazer, que é tomar a medicação adequada e colocar-me numa situação que me deixe confortável e desfoque a minha mente de tudo aquilo que eu estava a sentir. Ontem funcionou com a série Bones e com a conversa com a minha melhor amiga que me assegurou de que estava tudo bem. Consegui comer qualquer coisa e fui dormir.

Ora, em termos biológicos o que é que acontece? Quando experienciamos um ataque de ansiedade e/ou pânico, o nosso corpo entra de forma instintiva no modo "fight or flight" (atacar ou fugir), como se estivéssemos numa situação de perigo real. Somos injectados com adrenalina, a pressão sanguínea aumenta porque o sangue é bombeado para os braços e para as pernas (para lutarmos ou fugirmos) deixando de parte o estômago e os intestinos (má-disposição e diarreia, anyone?), as pupilas dilatam para estarmos mais antentos ao que nos rodeia (é por isso que é má ideia e muito difícil estarmos em ambientes com muita gente e muito barulho nestas situações, porque os estímulos sensoriais são ampliados) e a respiração torna-se ofegante.

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(da autoria de Gemma Correll)

 


Quando tudo isto passa temos a ressaca. O meu dia de hoje.

Parece que fui atropelada por um autocarro, não tenho vontade de fazer nada, a minha energia e concentração são zero, estou cheia de frio, com dores de cabeça e parece que ainda não desci à terra (ficará para outro post esse outro sintoma de que se fala muito pouco, que é a despersonalização). O nosso corpo esforçou-se tanto no(s) dia(s) anterior(es), esteve sujeito a tanta tensão, que é completamente normal e compreensível estarmos de rastos nos dias a seguir.

Então quais são as minhas sugestões fruto da minha experiência pessoal e de coisas que li por aí nos meandros da internet? Cuidem-se e façam aquilo que é o melhor para vocês. É claro que temos de ir para o trabalho, para a escola, cuidar dos filhos, irmos às compras. Há sempre coisas que não podemos deixar de fazer. Mas há pequenas coisas que podem ajudar.

1. Se tiverem medicação que possam tomar, por favor tomem-na. Não é sinal de fraqueza e vai ajudar-vos durante o dia.
2. Música. Ouçam a vossa música preferida ou aquilo que vos apeteça ouvir no momento. Pode ajudar no caminho para o trabalho ou para a escola e levantar um bocadinho o ânimo.
3. Falem com alguém que vos ouça a sério, sem julgamentos, desabafem, tirem o monstro cá para fora. Acreditem que é das melhores coisas que podem fazer. Se for com alguém que passa pelas mesmas coisas melhor, porque vai ajudar-nos a colocar as coisas em perspectiva e sentimo-nos menos sozinhos. Nem que seja "por favor, diz-me que, apesar disto tudo, vai ficar tudo bem!" Esta frase e um abraço podem ser tudo.
4. Façam as coisas com calma, ao vosso ritmo. Este é um dia diferente dos outros, têm que dar crédito a vocês próprios por se conseguirem ter levantado da cama e ter ido trabalhar. O mundo não vai acabar, nem vão ser pessoas piores por terem deixado o trabalho X pendente, ou porque não ligaram à pessoa Y. Amanhã será melhor e vocês vão conseguir compensar.
5. Cuidem-se. Se têm frio, vistam um casaco mais quente e confortável; deixem os saltos altos de lado e calcem uns ténis ou umas sabrinas; levem a mala mais leve, se puderem; não tiveram a energia para tomar banho? Paciência. Muito desodorizante e rabo de cavalo. O comboio com mais lugares sentados dá uma volta maior e faz com que vocês cheguem 10 minutos atrasados? Apanhem esse, que sempre vão confortáveis e é menos um stress. O mundo não vai parar por 10 minutos.
6. Tenham um kit ansiedade: com medicação (para ansiedade, estômago, intestinos, dores, febre) um creme ou um óleo essencial com um cheiro que vos acalme, uma folha com frases encorajadoras escritas por vocês que vocês sabem que vos possam ajudar, tipo mantra (fiz isso comigo há umas semanas, para uma conferência, e resultou!), rebuçados/pastilhas elásticas, uma foto do cão/gato/pássaro/porquinho da índia que vos sossegue, o que quer que seja que vos possa ajudar a ultrapassar este dia de ressaca.
7. Quando chegarem a casa tomem um banho ou um duche demorado, quente, relaxante, se tiverem de chorar, chorem (lembrem-se que esta também é uma forma do corpo se libertar da tensão), vistam uma roupa confortável e façam o que vos apetecer. Querem comer? Comam. Não querem? Não comam. Querem ver as Kardashians? Vejam as Kardashians. Ou outro programa qualquer que vos satisfaça/conforte/ajude o cérebro a desfocar.
8. Durmam. É assim que o corpo recupera. Mesmo que ainda não tenham sono, vão para a cama, levem um livro e deixem-se ir até o sono pegar. Ficaram com a louça do jantar para lavar e a cozinha num caos? Não faz mal, arruma-se amanhã. Hoje cuidem de vocês, mimem-se, confortem-se, sejam bondosos convosco, dêm-se um desconto e amanhã correrá melhor.

Não estão sozinhos e é claro que este post ou qualquer outro que encontrem sobre este e outros temas não substitui uma ida a um psicoterapeuta que vos poderá ajudar mais com os vossos problemas em específico. A psicoterapia e a medicação adequada ajudam imenso, mas têm de ser vocês a dar o primeiro passo. Não estão a ser fracos, não são piores que ninguém. Pedir ajuda é das coisas mais corajosas que alguém pode fazer e todos merecem isso.

Depois de tudo isto, quero colocar aqui alguns créditos e sugerir outros sites que possam ler e, quiçá, ajudar-vos noutras coisas.

 

How to deal with the anxiety attack "hangover" - Foi o artigo que li e me inspirou a escrever este post

Artist Gemma Correll's Comics About Anxiety & Depression Shed Light On These Invisibile Illnesses With A Gentle Dose Of Humor - Um artigo no Bustle dedicado aos desenhos da Gemma Correll sobre Ansiedade e Depressão, com um toque de humor.

The Mighty - Neste site podem encotnrar histórias contadas na primeira pessoa por aqueles que passam pelas situações e os assuntos vão desde ansiedade, depressão, transtorno bipolar, stress pós-traumático, esquizofrenia, autismo, mas também fibromialgia, parkinson, lupus, esclerose mútlipla, síndrome do colón irritável, entre outras. Basta procurarem e conseguem ter acesso a textos informativos, mas que também servem de apoio a quem passa por todas estas doenças.

The Hilarious World of Depression - Este é um podcast que mistura comédia e depressão através dos convidados, que normalmente são comediantes e que contam as suas histórias.

The Mental Illness Happy Hour - Aqui os temas são mais abrangentes, onde se explora doenças mentais, traumas, dependências, e os convidados entrevistados tanto podem ser psicólogos, psicoterapeutas, como também figuras públicas que falam sobre as suas experiências.