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Dramas de Primeiro Mundo

Dramas de Primeiro Mundo

16.Jul.15

Desafio 52 semanas - Semana #13

Diana M.

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Eu sou aquela pessoa tímida e introvertida e ansiosa que fica envergonhada com pouca coisa, porque estou sempre consciente daquilo que faço e digo ao pé dos outros. Com o tempo tenho vindo a melhorar e até a conseguir disfarçar, mas ainda assim há coisas que não consigo contornar...

 

Quando me fazem elogios - Aceito-os todos, claro, mas fico sempre envergonhada. É mais forte do que eu, acho que são resquícios de uma rapariga que, em tempos e durante muito tempo, teve uma auto-estima abaixo de zero, e então fico sempre envergonhada quando me elogiam, embora agradeça o elogio e goste que mos façam. Que sejar um "estás bonita", ou "o teu trabalho está muito bom".

 

Apresentações - Em tempos ficava completamente aterrorizada. Agora fico ansiosa sem entrar em pânico. Espero pelo dia em que tenha só nervoso miudinho mas que não me aflija minimamente. Ainda por cima agora com o doutoramento é-nos exigido que participemos em conferências e coisas do género, por isso falar em público e para muitas pessoas é sempre coisa que me assusta e me deixa envergonhada. Se tropeço numa palavra, se me engasgo, se me dá uma branca, se não me consigo expressar devidamente, se me fazem alguma pergunta à qual não sei responder... (nunca me aconteceu, mas nunca se sabe!) Apesar de tudo, é coisa para ficar orgulhosa porque num só ano lectivo já participei em 3 coisas dessas, sem nunca panicar. Yay!

 

Grupos grandes - Sendo tímida e introvertida não gosto muito de grupos grandes. As conversas dispersam-se, não se consegue estabelecer ligação com alguém durante muito tempo, é tudo um bocado estranho. E eu, que sou estranha, acabo por me envergonhar mais facilmente. Basta tentar dizer uma piada, ou fazer um comentário, ou perceber que alguém estava a falar comigo mas eu não ouvi, ou estar eu a falar com alguém mas perceber que afinal estou a falar com as paredes... As situações sociais não são, definitivamente, o meu forte.

 

Falar sobre distúrbios mentais - Uma coisa é dizer "eu tive uma depressão e sofro de um distúrbio de ansiedade e pânico". Outra coisa é entrar em detalhes. Estes assuntos são, por si só, temas complicados e nunca me senti verdadeiramente à vontade para falar sobre eles, a não ser com pessoas que passaram ou que passam pelo mesmo. E, mesmo assim, as experiências são diferentes porque as pessoas são diferentes e os seus problemas e motivos também. Por isso, a não ser que haja uma abertura e uma disposição da pessoa em ouvir e respeitar, mesmo que não consiga compreender, fico sempre envergonhada. E mesmo quando há essa abertura, nunca conto tudo porque, lá está, tenho vergonha. É um assunto sensível...

 

Quando me chamam à atenção - Mesmo que saiba que fiz algo mal, ou que estou errada, ou que me enganei, sejam coisas graves ou inocentes, fico logo a pensar que causei uma catástrofe e que o fim do mundo é culpa minha. Desfaço-me em mil perdões, fico com a cara que parece um tomate, e à procura de um buraco onde me enfiar...

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