26.Jul.13
Família
Diana M.
A contar comigo, somos cinco cá em casa. Bem, na verdade somos quatro porque o meu irmão já cá não vive. Mas somos quatro, mais uma gata com 10 anos e 5 quilos, que ocupa espaço e oxigénio. Tenho sempre a casa com pessoas, com música a tocar, com a televisão ligada ou com alguém a falar ao telefone. Há almoços e jantares de família em que somos bem mais que 5. Privacidade é coisa que praticamente não existe e, por isso, anseio por momentos em que possa estar sozinha, na paz do Senhor, a ler, a ver televisão ou a olhar para o tecto, sem ter ninguém a chamar por mim ou a fazer barulho.
Posto isto, papai e mamãe foram passar uns dias fora, de férias. Anjos cantam em coro "Aleluia!" e todo o Céu rejubila com a perspectiva da Diana poder ficar sozinha, descansada da vida, sem horários, sem ter ninguém que lhe diga o que fazer, a que horas fazer e como fazer. Sobra a mana, é claro, mas também não passa muito tempo em casa, com os seus afazeres e trabalho e tal. Então a modos que aqui a "je" tem muitoooooo tempo para estar sozinha.
E não é que é estranho? Sinto isto sempre que fico sozinha em casa. Eu gosto de estar sozinha e prezo o silêncio e a solidão. Mas é estranho: numa casa que está sempre com gente e com barulho, de repente estar silenciosa e sem ninguém. Acho que deve ser este um dos problemas de se ter uma família grande. Quando nos juntamos todos (avós, tios, primos) somos quase 20. E estou a falar da família mais próxima. Por isso, quando estou sozinha num sítio onde há sempre muita gente, o silêncio é incomodativo e as ausências são algo pesadas. À noite é pior.
Sinto falta deles. Sinto falta de ficar farta deles, mesmo que seja só por uns dias.